Pular para o conteúdo principal

Correção do Vestibular UFRGS 2017 - Idade Média Ocidental

     E vamos à 2ª questão do Vestibular UFRGS 2017! Questão difícil: cobrou informações diversas sobre a História Medieval e tentou pegar o aluno em pegadinhas clássicas... Vejamos:


( V ) Sim, as "invasões" não ocorreram apenas por meio de conflitos. Parte da ocupação do território do Império Romano se deu com migração de povos vizinhos às terras de Roma que, depois da Pax Romana, optou por não mais anexar territórios. Lembrando que os romanos chamavam de "bárbaros" todos aqueles povos que não fossem romanos. Poderia citar aqui os hunos, suevos, vândalos, alanos... Alguns desses povos que tentaram invadir o império, negociaram com as autoridades romanas para fixarem-se em pontos do território na condição de federados, aliados dos romanos que poderiam se fixar no território e defendê-lo de outros invasores.

Resultado de imagem para império carolíngio mapa
( F ) Carlos Magno sempre fora um defensor da cristandade, não rompeu com a Igreja e não causou ruptura no reino franco. Ao contrário, em seu governo (771 a 814) expandiu as fronteiras do reino no que ficou conhecido como Império Carolíngio. A fragmentação de que fala a questão ocorreu após a morte de Luis, o Piedoso (filho de Carlos Magno). Após sua morte, seus três filhos lutaram pelo controle do império, luta essa só encerrada com o Tratado de Verdun (843), que determinava a divisão do império em três reinos.





Imagem relacionada

( V ) Não há muito o que comentar sobre a terceira afirmação. O servo medieval não era um escravo, pois não era propriedade de seu senhor, mas estava numa situação bastante inferior a ele na sociedade. Enquanto o senhor feudal era proprietário das terras, o servo trabalhava para eles nos feudos. Como diz a frase, ele não era um escravo, mas também não era livre. Em outras palavras, ele não era um bem de seu senhor, mas estava "preso" a sua terra, na obediência e no trabalho ao seu senhor.

Resultado de imagem para escolástica( F ) Pegadinha clássica. Ainda há muita gente presa a um famigerado conceito de Idade Média como época em que a Igreja impôs seu conhecimento em detrimento da filosofia greco-romana. Esse pensamento omite a Escolástica, que utilizava-se da leitura de textos filosóficos da Antiguidade associando-os ao estudo da Bíblia, ou seja, era uma tentativa de conciliar fé e razão. A Escolástica era aceita pela Igreja e fora um dos principais métodos de ensino nas universidades medievais (sim, haviam universidades na Idade Média!!!). Dois famosos pensadores dessa corrente foram depois considerados santos pela Igreja: Santo Agostinho (nascido no atual território da Argélia) e São Tomás de Aquino (nascido no atual território da Itália).

Desse modo, a resposta correta é a alternativa C. 

Até a próxima postagem!

Comentários

Postar um comentário

Comente a vontade... e com respeito, claro!

Postagens mais visitadas deste blog

A Direita na Europa

Se a América Latina tem seguido o rumo a esquerda, a Europa vai à direita. É o que se tem observado com o crescimento dos partidos de direita no Velho Mundo. Em postagem recente, trabalhei os conceitos de esquerda e direita e, sim, eles existem hoje e são perceptíveis. É verdade que a direita na Europa tem procurado se "modernizar" para conquistar a maioria dos eleitores. E, com a crise econômica mundial de 2008, houve a consolidação dessa tendência de "direitização europeia". Isso já ocorreu na crise de 1929, quando os governos de direita ganharam força depois da crise com Hitler na Alemanha e Mussolini na Itália, por exemplo. Calma, isso não quer dizer que a Europa esteja a beira de u m novo nazismo. Não é para tanto! Mas a crise faz com que o eleitorado opte por governos tradicionais, conservadores, com os quais saibam que não haverá mudanças de rumos e tudo seguirá como está e talvez até melhore. De acordo com o escritor e jornalista Álvaro Vargas Llosa, "a

A Guerra do Paraguai (1864-1870)

     Antes de falar propriamente do conflito, vamos recordar que o antigo Vice-Reinado do Rio da Prata não sobreviveu como unidade política ao fim do colonialismo espanhol. Com as independências americanas, nasceram, naquele espaço territorial após longos conflitos, a Argentina, o Paraguai, a Bolívia e o Uruguai.  Independências latino-americanas      A República Argentina surgiu depois de muitos vaivéns e guerras em  que se opunham os unitários e os federalistas. Os unitários defendiam um modelo de Estado centralizado, sob o comando da capital do antigo vice-reinado, Buenos Aires. Seus principais defensores eram os comerciantes da capital que, assim, poderiam assegurar o controle do comércio exterior argentino e apropriar-se das rendas provenientes dos impostos alfandegários sobre as importações. Já os federalistas  reuniam as elites regionais, os grandes proprietários, pequenos industriais e comerciantes mais voltados para o mercado interno. Defendiam o Estado descentrali

História do Rio Grande do Sul - Os Sete Povos das Missões

     Instrumento importante da Igreja na Contra-Reforma, a Companhia de Jesus foi criada por Inácio de Loyola, em 1534 (oficializada pelo Papa Paulo III em 1540), com o objetivo de "recatolizar" as regiões convertidas ao protestantismo. Sua atuação na América foi marcante, mas estiveram, também, na Índia, China e Japão durante essa época. Na América Portuguesa, a atuação dos jesuítas iniciou-se em 1549 em Salvador - na América Espanhola iniciou em 1610.      Nem sempre os jesuítas eram eficazes em sua conversão dos nativos. Após uma conversão inicial, marcada pelo batismo, muitos guaranis retornavam às suas práticas indígenas não sendo fieis às práticas e costumes cristãos. As reduções, no entanto, serviram à Coroa portuguesa, pois o "adestramento" dos nativos facilitava o acesso de mão-de-obra barata e abundante aos paulistas que tinham grande dificuldade de fazer cativos indígenas. Como eram hábeis agricultores, os tupi-guaranis eram "de grande valor&qu