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Mostrando postagens de outubro, 2014

1964-2014: 50 anos do Golpe, 50 anos de Impunidade

     Com prazer, convido para mais um evento no qual tive a honra não só de participar do painel de encerramento como de estar ao lado de Jan Rocha, jornalista engajada pelas causas dos direitos humanos durante as ditaduras latino-americanas. Abaixo, segue a divulgação do evento: 1964-2014: 50 ANOS DO GOLPE, 50 ANOS DE IMPUNIDADE (2ª edição)      Seguindo as atividades que começamos em março  de 2014, convidamos todos a participar do Seminário  “1964-2014: 50 anos do Golpe de 1964, 50 anos de  impunidade”, durante os dias 12, 13 e 14 de Novembro,  no Arquivo Público do Estado do Rio Grande do  Sul (APERS – Rua Riachuelo, 1031). Serão realizadas  diferentes mesas temáticas. VAGAS LiMitADAS! A inscrição tem o valor de R$15,00. Emitiremos  Certificados*, que serão entregues no último dia do  evento (14/11). As vagas serão garantidas mediante o envio do comprovante de depósito ou de transferência  para o e-mail: inscricoes50anosgolpe@gmail.com.  Enviaremos um e-ma

Imigração Italiana no Rio Grande do Sul

Diversas regiões unificadas em 1870 e que se tornaram a Itália. As regiões numeradas são de onde saíram a maioria dos italianos que vieram para o Brasil - em ordem decrescente.        Os italianos chegaram ao Rio Grande do Sul meio século depois dos alemães, mas pelos mesmos motivos. A unificação italiana (1870) provocou grave crise econômica. Como não havia um "sentimento nacional italiano", dada a unificação política tardia, o mais forte elemento de coesão cultural era a religião, especialmente a prática do catolicismo. A maioria dos italianos vindos para o Brasil ficaram em São Paulo, onde foram empregados nas fazendas de café quando a escravidão chegava ao fim.  Foto de um navio negreiro (cerca de 1840)       Falando em escravidão, cabe um adendo. Há quem queira comparar a situação dos africanos com a dos europeus que vieram para o Brasil. Não há como comparar pois são situações totalmente diversas. Listo alguns motivos: 1) os europeus (alemães e italianos)

A Guerra dos Muckers (1873-1874)

     A primeira colônia alemã fundada no Rio Grande do Sul, em São Leopoldo (1824), foi palco de um movimento denominado Mucker , iniciado em 1868. O termo mucker  foi empregado com um sentido pejorativo, o de santarrões pouco confiáveis. O termo é usado aqui pois está institucionalizado no meio historiográfico, mas não recupera seu sentido original. Morro Ferrabraz João Jorge e Jacobina Maurer      Os Muckers  eram colonos reunidos em torno da liderança do casal Jacobina Mentz Maurer e João Jorge Maurer, na região do Morro Ferrabraz (hoje, parte do município de Sapiranga. Jacobina era filha de colonos alemães de Novo Hamburgo. Sua família tivera problemas de ordem religiosa na Alemanha. Adeptos do grupo pietista da Igreja Luterana, não se conformavam com as novas orientações da instituições, acusando-os de desviar-se dos ensinamentos bíblicos. O avô de Jacobina, Libório Mentz, coordenou o grupo descontente e fundou uma nova igreja. Logo depois, emigraram para o Brasil o

Imigração Alemã no Rio Grande do Sul

     Antes de começar a falar sobre a imigração no Rio Grande do Sul cabe relembrar: além da população nativa do território (indígenas) e dos colonizadores portugueses, não podemos esquecer dos milhares de escravos africanos, migrantes forçados trazidos pelo tráfico transatlântico. Ou seja, a imigração não começou no século XIX para o sul do Brasil! O que iniciou nessa época foi a imigração enquanto iniciativa do Império por diversos motivos - para cada região do Brasil haviam motivos específicos.  Dito isso, vamos tratar um pouco sobre a imigração alemã no atual território do Rio Grande do Sul.        Antes de 1870, não existia um país chamado "Alemanha". O processo de formação do Estado nacional alemão causou a eliminação das terras comunais, a desarticulação do trabalho artesanal, gerando uma grande tensão social com muitos sem-terra e desempregados. A solução, para muitos, era a emigração e as opções mais escolhidas foram os Estados Unidos (para a maioria), o sul d

Guerra contra Oribe e Rosas (1851-52)

      Para quem vem acompanhando nossa série de postagens sobre a História do Rio Grande do Sul já deve ter ficado claro que a região do Prata é inseparável da formação do estado no quesito político, cultural, econômico, linguístico... Enfim, poderia dizer que são histórias concatenadas. Não se pode estudar uma sem analisar a outra. Durante o Império, a barganha de poder e a disputa de terras na região da Bacia do Prata tornaram-se vetores da política externa brasileira do século XIX. Aliás, a política externa brasileira sempre manifestou duas faces, com maior ou menor intensidade: a de dependência e a hegemônica. A face de dependência é óbvia: o Brasil imperial estava diretamente atrelado à Inglaterra. A face hegemônica dessa política externa é mais camuflada, mas perceptível: a preocupação com os acontecimentos políticos da Bacia do Prata indica a preocupação do Brasil Imperial em ter um papel hegemônico na América do Sul - algo que ocorre até hoje. A grande preocupação era com a su

Guerra dos Farrapos (1835-1845)

     Essa postagem não vai falar de batalhas nem exaltar feitos de combate ou "heróis". Falarei sobre o contexto político, econômico e social do período e sobre motivos que levaram os sul-riograndenses à revolta contra o Império e das causas da rendição.      O Império brasileiro passava por uma forte turbulência política. A centralização política proposta pelo imperador batia de frente com o sistema federativo de governo. A Constituição de 1824, outorgada por D. Pedro I, previa a nomeação dos presidentes das províncias - item que desagradou bastante as elites sul-riograndenses. O imperador abdicou, em 1831, mas a situação não melhorou tanto embora algumas medidas do "Avanço Liberal" da Regência vinham de encontro dos interesses das elites locais: criação da Guarda Nacional (1831), braço armado das elites locais; aprovação do Código de Processo Criminal (1832) que criava o cargo de Juiz de Paz eleito localmente; Ato Adicional (1834) criava as Assemb