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Mostrando postagens de 2015

Revolução de 1923 no Rio Grande do Sul

     Os anos 20 se caracterizaram por uma situação de crise no Rio Grande do Sul, graças à recessão econômica e o recuo da demanda mundial. A pecuária foi o setor mais atingido devido à retração do consumo europeu de carnes. E foi nessa conjuntura desfavorável que Borges de Medeiros resolveu colocar em prática uma política de modernização dos transportes, cobrando as dívidas dos criadores de gado e levando muitos deles à falência. Revolução de 1923        A política borgista de desenvolvimento global da economia gaúcha foi a principal causa da revolta, além da grande incidência de fraude eleitoral nas eleições de 1922 - Borges vencera o candidato da oposição (Assis Brasil) garantindo seu 5º mandato. Em função disso, a parcela oposicionista da elite gaúcha foi às armas para tirar Borges do poder.       A oposição a Borges (PRR) articulou-se em três grupos: federalistas  - liderados por Wenceslau Escobar e Raul Pilla; democratas  - liderados por Assis Brasil (candidat

51 anos do golpe de 1964 - Luiz Eurico Tejera Lisboa

     Parece absurdo mas, após 51 anos do golpe de Estado que depôs Jango e deu início ao período mais violento da história do Brasil, há pessoas indo às ruas e pedindo a volta da ditadura! Precisam de mais aulas de História, galera! Isso sim!       Bom, não vou aqui retomar o quanto a ditadura foi traumática no campo social, político, econômico, estratégico... Aproveitando a leva de postagens sobre o Rio Grande do Sul, falarei um pouco sobre um dos mortos pela ditadura iniciada em 1964 cuja trajetória tem forte ligação com o RS e cuja viúva é uma das maiores militantes pelas lutas dos familiares dos mortos e desaparecidos políticos da ditadura. Falarei de Luiz Eurico Tejera Lisboa, por memória, verdade e justiça!      Luiz Eurico, Ico como era conhecido, era catarinense mas foi em Porto Alegre que iniciou sua militância política como líder da União Gaúcha dos Estudantes Secundaristas, entre 1967-68. Ico era estudante do Colégio Julinho, uma das maiores escolas de Porto Alegre

O Surgimento do Movimento Operário no Rio Grande do Sul

     Na postagem anterior, abordei sobre as greves durante o governo de Borges de Medeiros, mas faz-se necessário tratar um pouco sobre a origem da classe operária no Rio Grande do Sul. É importante entender um pouco o conceito de classe operária para compreendê-la melhor.       Segundo o historiador britânico Edward Thompson, " a classe acontece quando alguns homens, como resultado de experiências comuns (herdadas ou partilhadas), sentem e articulam a identidade de seus interesses entre si, e contra outros homens cujos interesses diferem (e geralmente se opõem) dos seus ". Ou seja, a classe se dá a partir de uma relação histórica (um resultado de experiências). Assim, ela é inseparável da ideia de "luta de classes", pois as classes não existem como entidades separadas, mas sim num constante processo de luta. E é neste processo de luta que as pessoas "se descobrem como classe e chegam a conhecer este descobrimento como consciência de classe", segundo

O governo de Borges de Medeiros

Borges de Medeiros      Em 1898, Júlio de Castilhos passou o poder a Borges de Medeiros que, apoiado nas tradições positivistas, consolidou o regime republicano autoritário e centralizado. Para manter o poder estadual, Borges adotou duas medidas estratégicas básicas: 1) a repressão a seus opositores, com o uso da força militar armada (Exército e Brigada Militar); 2) a prática do consenso, fazendo alianças com setores sociais até então excluídos do jogo político - comerciantes, industriais, camadas médias urbanas...      Borges de Medeiros governou o Rio Grande do Sul de 1898 a 1908 e de 1913 a 1928, consolidando o poder do Partido Republicano Rio-grandense (PRR) . Prática comum em todo o Brasil durante a Primeira República, a fraude das eleições contribuiu para a perpetuação dos republicanos no governo. Intimidando os eleitores por meio dos "cabos eleitorais" e manipulando o resultado das urnas, os chefes políticos locais tinham um pacto político  com o Partido Rep

O impeachment de Dilma e a tentativa da direita de reviver 1964 e 1992...

     Minha filha é pequena e não gosta nada de perder no jogo. Já aprendeu até a trapacear para ganhar o jogo sempre. Quando digo que isso é errado e que ela não pode fazer isso ela me diz: "Mas ganhar é que é legal!" Pois é, filha, mas não dá pra ganhar trapaceando, tem que respeitar as regras do jogo e jogá-lo honestamente! Parece que tem muita gente que não aprendeu isso quando criança e, agora, quer ganhar no tapetão. As eleições de 2014, sem dúvida alguma, foi a mais polarizada desde a redemocratização. A diferença entre Dilma e Aécio foi de apenas 3% e pouco mais de 3 milhões de votos. Ou seja, Dilma venceu o jogo. Ponto final. Não há terceiro turno! Mas há quem queira vencer no tapetão e essa semana parece que teremos muitas manifestações Brasil afora dentre os mais diversos segmentos políticos.  Dia 13 de março ocorrerão as manifestações do D ia Nacional de Luta em Defesa dos Direitos da Classe Trabalhadora, da Petrobrás, da Democracia e Reforma Política, Contra o