Borges de Medeiros |
1) a repressão a seus opositores, com o uso da força militar armada (Exército e Brigada Militar);
2) a prática do consenso, fazendo alianças com setores sociais até então excluídos do jogo político - comerciantes, industriais, camadas médias urbanas...
Borges de Medeiros governou o Rio Grande do Sul de 1898 a 1908 e de 1913 a 1928, consolidando o poder do Partido Republicano Rio-grandense (PRR). Prática comum em todo o Brasil durante a Primeira República, a fraude das eleições contribuiu para a perpetuação dos republicanos no governo. Intimidando os eleitores por meio dos "cabos eleitorais" e manipulando o resultado das urnas, os chefes políticos locais tinham um pacto político com o Partido Republicano nacional (iniciado por Júlio de Castilhos) de apoio mútuo entre poder central e poder local.
Pinheiro Machado |
Em 1908, Fernando Abbott e Assis Brasil encabeçaram a primeira dissidência séria do PRR e fundaram o Partido Republicano Democrático, o PRD. Nesse momento de crise para os republicanos positivistas, Borges de Medeiros afastou-se do poder (pois, em tese, não poderia concorrer à reeleição) e o governo foi assumido por Carlos Barbosa.
Carlos Barbosa |
Carlos Barbosa governou de 1908 a 1913. Entre suas obras estão o prédio da Faculdade de Medicina de Porto Alegre, a implantação do cais do porto de Porto Alegre e de Rio Grande e a construção do Palácio Piratini (concluída por Borges de Medeiros).
Em 1913, Borges de Medeiros retornou ao poder num governo marcado pela implementação de importantes políticas públicas e pelo ressurgimento da oposição no estado que acabou gerando mais uma revolta intra-elites, a chamada Revolução de 1923. Mas, vamos às ações de Borges que antecederam a "revolução":
Borges decretou, em 1913, a nova lei eleitoral possibilitando, pela primeira vez, que deputados de oposição ao governo fossem eleitos para a Assembleia Legislativa e a Câmara dos Deputados. Era a tentativa do PRR de dar um verniz mais "democrático" ao seu governo autoritário, na medida em que dava voz aos opositores. Para a época, o decreto de Borges foi bem astuto pois, como afirmou Céli Pinto (historiadora e professora da UFRGS), "a lei eleitoral (...) representou a legitimação por parte do PRR da existência da oposição e, ao fazê-lo, o partido retirava desta oposição a base de sua luta, ou seja, o caráter ditatorial do governo...".
Concentração do movimento grevista da Rua da Praia (atual Rua dos Andradas), Porto Alegre, 1917. |
O Positivismo tinha como proposta "incorporar o proletariado à sociedade moderna", ou seja, fazê-lo trabalhar dentro da ordem, evitando o conflito social. Aí é que Borges surpreendeu! Enquanto se esperava que ele reprimisse o movimento, sua posição foi de reconhecimento do direito de greve como ato legítimo e conforme a doutrina positivista. A intenção de Borges era enquadrar o problema operário tentando trazer de volta a ordem e a tranquilidade. Porém, a postura "amena" de Borges durou pouco. Na greve de 1919, diante da paralisação de cerca de um terço dos operários porto-alegrenses, Borges decretou o fechamento da Federação Operária do Rio Grande do SUL (FORGS) e de outras entidades operárias. Para o governo,
Antigo Porto de Rio Grande |
Av. Borges de Medeiros, no centro de Porto Alegre |
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