A instabilidade estava instaurada. O presidente renunciou ao cargo e o vice-presidente estava na China em visita oficial. As Forças Armadas não admitiam a posse de Jango e, interinamente, Ranieri Mazzilli assumira a Presidência da República.
Nesse momento, assumindo o papel de "caudilho", Leonel Brizola decide manifestar-se a favor da imediata posse constitucional do vice-presidente João Goulart - para quem não lembra, Jango era cunhado de Brizola. Leonel Brizola era o governador do estado do Rio Grande do Sul.
Do outro lado, os militares não admitiam a posse de Jango e ameaçavam prendê-lo caso retornasse ao país. Já havia, inclusive, dado ordem de prisão contra o marechal Lott (candidato derrotado a presidência), que se manifestara contra a tentativa de golpe. Outros militares e líderes políticos já tinham sido detidos. O clima político era tenso. Porto Alegre tornou-se a capital da legalidade. Uma multidão estava de prontidão em frente ao Palácio Piratini atendendo ao pedido de resistência feito pelo governador que tomou a Rádio Guaíba e utilizou-a como rede da legalidade.
Há exatos 50 anos, Brizola fazia o seguinte discurso:
O ambiente no Estado é de ordem. O Governo do Estado, atento a esta grave emergência, vem tomando todas as medidas de sua responsabilidade, mantendo-se, inclusive, em permanente contato e entendimento com as autoridades militares federais. O povo gaúcho tem imorredouras tradições de amor à pátria comum e de defesa dos direitos humanos. E seu Governo, instituído pelo voto popular - confiem os riograndenses e os nossos irmãos de todo o Brasil - não desmentirá estas tradições e saberá cumprir o seu dever."Brizola começa a distribuir armas à população e passa a movimentar-se no palácio com uma metralhadora. Estava pronto para pelear.
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