O impasse estava perto do fim. Após quatro dias de negociações políticas em Porto Alegre, Jango chegava em Brasília há exatos 50 anos, no dia 05 de setembro de 1961. Mas o clima ainda era tenso.
Jango sentiu-se forçado a aceitar tomar posse em regime parlamentarista para evitar maiores conflitos. Brizola, um dos maiores articuladores para a sua posse, era contrário a essa mudança de regime; mas a decisão de Jango falou mais alto. Sua viagem de Porto Alegre para Brasília precisou ter segurança reforçada pois havia ameaças de derrubada do avião presidencial. A previsão era partir às 11h30 rumo à capital federal, mas o anúncio de que Jango seria recebido com disparos de metralhadora fez o vôo ser adiado e, só após reunião do presidente interino (Ranieri Mazzilli) com as Forças Armadas, houve resposta favorável à viagem: “As Forças Armadas asseguram as garantias necessárias do desembarque nesta capital, nesta data, do presidente João Goulart, a sua permanência em Brasília e a sua investidura na Presidência da República”, declarava Odílio Denys, ministro da Guerra.
Finalmente, após tantos percalços, o avião presidencial saiu de Porto Alegre às 17h30 e pousou em Brasília às 20h20, sob forte esquema de segurança. A chegada do "presidente" foi aguardada por diversos políticos e outras autoridades, mas nenhum dos ministros militares se fez presente. Jango fora aclamado pelos presentes e o clima já começava a acalmar-se para que ele pudesse assumir o cargo.
Jango acabou optando por tomar posse no dia 07 de setembro, pelo simbolismo da data. Até então, ficou na Granja do Torto onde recebeu diversos representantes políticos em período de decisão para saber quem seria seu Primeiro Ministro. Jango optou por Tancredo Neves, que já tinha trânsito suficiente pelos bastidores do poder.
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