A solução do impasse em torno da posse de João Goulart, o Jango, deu-se somente há exatos 50 anos atrás, no dia 02 de setembro de 1961, quando o Congresso Nacional aprovou a emenda constitucional (nº 4) que mudou o sistema de governo presidencialista para o parlamentarista. Essa foi a solução encontrada para conciliar os ânimos. Com a emenda, Jango seria chefe de Estado mas não chefe de governo, o que faria dele uma figura decorativa (tipo a rainha da Inglaterra) e que quase nenhum poder de mando teria.
O governador Leonel Brizola, que tanto havia lutado pela posse legal de Jango, foi contrário à mudança de regime e estava disposto a fazer o cunhado tomar posse pelas armas, se fosse necessário. Jango, porém, muito conciliador, não estava disposto a causar uma guerra civil. Em sua viagem da China de volta ao Brasil - que, de propósito, demorou muito mais do que o habitual para que os ânimos se acalmassem - desembarcou em Montevidéu e não diretamente em solo brasileiro. Na capital uruguaia, Tancredo Neves encontrou Jango e lhe apresentou a proposta de posse em regime parlamentarista. Jango não foi, inicialmente, favorável à ideia. O argumento de Tancredo foi decisivo: “então assuma no regime presidencialista com as botas manchadas de sangue”.
Jango acabou aceitando a via parlamentarista, o que acabou gerando um distanciamento ainda maior entre ele e Brizola.
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