Sim, vamos direto ao ponto pois o Perón já chegou! Depois da última postagem com o contexto histórico e as comparações com outros modelos políticos da América Latina e da Europa, vamos aos governos de Perón:
Primeiro Governo Peronista ( 1946-51)
Vitorioso nas eleições, Perón assumiu o poder em 1946 pelo Partido Laborista, um partido criado às pressas para viabilizar sua candidatura à presidência. Extremamente popular, graças à sua atuação na Secretaria do Trabalho, Perón venceu seus adversários de partidos ideologicamente configurados e de longa tradição histórica. Após assumir, dissolveu o Partido Laborista e criou o partido Peronista (oficialmente constituído em 1948).
Na base de sustentação de seu governo estavam a classe operária, parte das camadas médias e dos "sem bandeira" (principalmente ex-comunistas, ex-anarquistas e ex-sindicalistas). Perón aproximou-se dos dirigentes socialistas, para neutralizar a influência dos comunistas e, posteriormente, também afastou os socialistas do governo como planejara. Podemos dizer que ficaram na oposição os comunistas e socialistas, parte da camada média e os proprietários.
E o que Perón fez nesse primeiro governo?
- Nacionalizou o Banco Central e os depósitos bancários;
- Estabeleceu um novo regime para o Banco Industrial;
- Criou o Instituto Argentino de Promoção e Intercâmbio (IAPI). Este instituto era um instrumento de direção e controle das exportações. Na verdade, o IAPI funcionou como um dispositivo para defender os interesses latifundiários, comprando produtos quando os preços do mercado internacional baixavam;
- Crescimento da atividade industrial;
- Nacionalização das ferrovias e empresas de telefone;
- Promulgou a Constituição de 1949 que garantia o funcionamento de um Estado intervencionista;
- Implantou o Primeiro Plano Quinquenal (1947) visando ordenar as atividades econômicas, políticas e sociais do país;
- Para neutralizar o exército, aumentou o número de generais e diminuiu a idade média do generalato (conseguindo, assim, aceitação maciça dos jovens oficiais). Além disso, explorou a rivalidade entre as armas e entre os distintos níveis hierárquicos;
- Avanço dos investimentos na indústria de capitais norte-americanos e um recuo dos capitais ingleses;
- Ampliação do serviço de saneamento de água: de 6,5 milhões de beneficiários (1942) para 10 milhões (1955);
- Queda da mortalidade infantil: de 80,1 mil (1943) para 66,5 mil (1953);
- Aumento da expectativa de vida: de 61,7 anos (1947) para 66,5 anos (1953).
Importante ressaltar a participação da primeira-dama, Eva Péron (a Evita), em grandes decisões políticas do regime peronista. Sua atuação na campanha pelo sufrágio das mulheres garantiu a aprovação da lei que garantia o direito de as mulheres votarem. Evita foi sempre muito querida e aclamada pelo povo tanto que sua morte (em 1952) foi muito sentida por boa parte da população que via sua primeira-dama como uma santa - isso graças a uma forte campanha governamental que apresentava Perón como o líder salvador ao lado de sua esposa sem máculas. Evita só não foi candidata a vice de Perón nas eleições de 1951 devido à pressão das Forças Armadas.
Após 1949, a economia do país começou a paralisar: submergiu-se numa acelerada inflação, o custo de vida aumentou rapidamente e os salários dos estratos mais baixos da população não acompanharam esta defasagem. Este processo aprofundou-se em 1952, provocando uma mudança na política social e econômica. Foi implementado, o Segundo Plano Qüinqüenal, como tentativa de reordenar a economia nacional e ao governo conseguiu, aos poucos, dominar a crise (a economia só se normalizou mesmo em l954).
Segundo Governo Peronista (1952-55)
A crise econômica iniciada no final da década de 1940 (alta inflação, queda do valor dos salários...) deu origem a uma série de greves operárias que foram fortemente reprimidas pelo governo - indicando o início da ruptura da aliança de classes instaurada em 1946.
Em 1954, a economia tinha-se estabilizado: o governo conseguiu administrar a crise econômica e política. Agora, porém, o regime peronista passou a enfrentar problemas com a Igreja, com quem até então havia mantido excelentes relações. O líder político perdeu o apoio dos nacionalistas católicos que tinham acompanhado sua gestão. O aumento do autoritarismo e da repressão nas greves do início da década de 1950, fez com que a Igreja ficasse cada vez mais distante e crítica diante da postura do governo. Os jornais peronistas passaram a promoveram uma campanha contra os católicos que manifestavam nas ruas contra o regime e o Congresso, majoritariamente peronista, aprovou leis que afetavam diretamente a relação com a Igreja:
1. Revogação da lei do ensino religioso nas escolas.
2. Legalização da prostituição e do aborto.
3. Lei que estabelecia a separação da Igreja e o Estado.
Além da perda do apoio da Igreja, Perón teve de enfrentar a radicalização do partido Socialista e da União Cívica Radical, que inicialmente não havia oferecido resistências às políticas de seu governo peronista. Finalmente, o próprio exército opunha-se às mudanças da orientação econômica e já não apresentava boas relações com o presidente desde as eleições de 1951 quando Evita seria a candidata a vice.
O esgotamento projeto distributivo, o afastamento de setores que antes apoiavam o governo e o acionar das forças econômicas e militares na oposição, foram elementos determinantes do processo de instabilidade política que culminou com o golpe militar em 1955. O golpe, auto-intitulado de "Revolução Libertadora" teve grande apoio da oligarquia fundiária, do empresariado industrial, de setores médios urbanos e o do imperialismo inglês e estadunidense. Com o golpe, o General Lonardi assumiu o poder e Perón foi para o exílio. O partido Peronista (Judicialista) foi proibido e vários membros do partido foram perseguidos, presos e, alguns, executados.
Vale a pena olhar um jornal e um cartaz da época:
Em 1954, a economia tinha-se estabilizado: o governo conseguiu administrar a crise econômica e política. Agora, porém, o regime peronista passou a enfrentar problemas com a Igreja, com quem até então havia mantido excelentes relações. O líder político perdeu o apoio dos nacionalistas católicos que tinham acompanhado sua gestão. O aumento do autoritarismo e da repressão nas greves do início da década de 1950, fez com que a Igreja ficasse cada vez mais distante e crítica diante da postura do governo. Os jornais peronistas passaram a promoveram uma campanha contra os católicos que manifestavam nas ruas contra o regime e o Congresso, majoritariamente peronista, aprovou leis que afetavam diretamente a relação com a Igreja:
1. Revogação da lei do ensino religioso nas escolas.
2. Legalização da prostituição e do aborto.
3. Lei que estabelecia a separação da Igreja e o Estado.
Além da perda do apoio da Igreja, Perón teve de enfrentar a radicalização do partido Socialista e da União Cívica Radical, que inicialmente não havia oferecido resistências às políticas de seu governo peronista. Finalmente, o próprio exército opunha-se às mudanças da orientação econômica e já não apresentava boas relações com o presidente desde as eleições de 1951 quando Evita seria a candidata a vice.
O esgotamento projeto distributivo, o afastamento de setores que antes apoiavam o governo e o acionar das forças econômicas e militares na oposição, foram elementos determinantes do processo de instabilidade política que culminou com o golpe militar em 1955. O golpe, auto-intitulado de "Revolução Libertadora" teve grande apoio da oligarquia fundiária, do empresariado industrial, de setores médios urbanos e o do imperialismo inglês e estadunidense. Com o golpe, o General Lonardi assumiu o poder e Perón foi para o exílio. O partido Peronista (Judicialista) foi proibido e vários membros do partido foram perseguidos, presos e, alguns, executados.
Vale a pena olhar um jornal e um cartaz da época:
Como o vai e vem de Perón no poder é muito grande, não vai caber numa postagem só!
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