No final do período regencial, começaram a se definir os dois principais partidos políticos do Império: o Partido Conservador (partido da "ordem" e favorável à centralização do poder) e o Partido Liberal (defensor de reformas que dessem mais autonomia às províncias). De que lado estavam as elites gaúchas? Dos liberais, lógico. Os pecuaristas locais (elite econômica) eram a favor da maior autonomia das províncias - causa defendida pelos farroupilhas. Diferente da polarização do centro do país, o Partido Conservador só foi criado em 1848, após o final da Guerra dos Farrapos. A partir de então, houve uma rearticulação partidária por aqui. Em 1852, surgiu a "Liga", uma aliança em que predominaram os conservadores, criada sob o pretexto de acabar com as divergências políticas (não é de hoje com os gaúchos se iludem com a ideia de que é possível fazer política sem divergência). No mesmo ano, liberais e conservadores não identificados com a "Liga" organizaram a "Contra-Liga", origem do Partido Liberal Progressista (PLP), em que predominavam os liberais.
Lei do Ventre Livre |
No final da década de 1860, o quadro partidário começou a modificar-se com o ressurgimento do Partido Liberal "histórico", que criticava as alianças feitas com os conservadores. Nas eleições legislativas de 1866, os liberais saíram vitoriosos, desbancando do poder os "liberais progressistas". Do lado conservador, a aprovação da Lei do Ventre Livre (1871) causou uma ruptura interna no partido. A maior parte da bancada conservadora gaúcha votou contra a Lei, defendendo os interesses dos escravistas. Porém, a lei foi aprovada em nível nacional pelos conservadores, o que levou à decepção aos conservadores gaúchos e uma cisão no partido. Com isso, os liberais ganharam ainda mais força.
O principal meio de crítica dos liberais era a imprensa, com o jornal A Reforma. Após 1872, eles passaram a ter novamente a maioria na Assembleia Legislativa provincial, mas o presidente da província (equivalente a governador) foi do Partido Conservador até 1878, quando os liberais conquistaram também o poder executivo, devido ao sucesso do partido nas eleições nacionais daquele ano - o cargo de presidente da província era de nomeação do governo central.
Os liberais tinham um discurso reformista, mas quando no poder (1878-1885), se mostraram tão conservadores quanto os seus adversários. Essa postura conservadora possibilitou a articulação de um novo partido de oposição, o Partido Republicano Rio-grandense (PRR), fundado em 1882 por um grupo de profissionais liberais, filhos de fazendeiros (como o jovem Júlio de Castilhos, recém-formado em Direito em São Paulo).
Nos anos finais do Império, os liberais eram identificados com o monarquismo, além de terem fracassado em sua política abolicionista. Os republicanos, por sua vez, eram obviamente contrários ao regime monárquico e acabaram por se posicionar contra a escravidão. Mas, ainda falaremos muito deles quando chegarmos à Primeira República mas, antes, tinha uma guerra no meio do caminho...
Queria saber se a família Saracini e descendente de Judeus.Meu Avo se chamavam Clemente Santi Saracini.Ele era de Cruz Alta Rio Grande do Sul.Eu li toda a Bíblia eu acredito que o povo Judeu é o pivo escolhido por Deus.
ResponderExcluir