Ao longo do 2º Reinado, a "aliança" entre Brasil e Inglaterra foi enfraquecendo por dois motivos principais:
1. A revisão dos Tratados de 1810 que davam plena liberdade comercial, política e jurídica aos ingleses em terras brasileiras.
2. A política inglesa de repressão ao tráfico negreiro que tornou-se violenta após o Bill Aberdeen, em 1845.
Agravando as contendas entre os antigos "aliados", o representante inglês no Brasil, o Sir William Dougall Christie, passou a criar diversas polêmicas.
Tudo começou quando, em 1861, o navio inglês chamado "Príncipe de Gales" naufragou no litoral do Rio Grande do Sul e os sobreviventes ao naufrágio foram furtados. As autoridades brasileiras iniciaram a investigação sobre o caso, mas Sir Christie interviu exigindo imediata indenização de 3.200 libras e a presença de um capitão inglês nas investigações.
No ano seguinte, três oficiais ingleses bêbados e à paisana foram presos no Rio de Janeiro por desordem. Quando identificados como ingleses foram libertados, em respeito aos Tratados de Amizade que negavam ao Brasil o direito de julgar um cidadão britânico. No caso, Christie achou um abuso de autoridade a prisão dos oficiais - mesmo sendo libertos em seguida - e passou a exigir severa punição aos policiais. Suas exigências não foram aceitas. Em represália, Sir Christie ordenou a apreensão de cinco navios brasileiros na capital federal, o que gerou grande indignação popular no Rio de Janeiro.
Após esses dois episódios, as relações diplomáticas com a Inglaterra foram rompidas em 1863 e, somente em 1865, o governo inglês reconheceu os erros de Christie e pediu desculpas ao imperador, reatando as relações com o Brasil.
Detalhe: o pedido de desculpas só ocorreu porque a Inglaterra queria vender armas para o Império que iniciava a Guerra do Paraguai.
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