A região da bacia do Prata era estratégica para o comércio brasileiro pois permitia a comunicação fluvial com as regiões Centro-Oeste e Sudeste, além de garantir a navegação nos rios Paraguai, Paraná e Uruguai, tendo acesso aos países vizinhos e aumentando a possibilidade de trocas comerciais.
Ao Brasil interessava a livre navegação dos rios do Prata e, para isso, iria lutar contra o projeto de caudilhos (chefes políticos-militares) platinos que queriam a união da Argentina, Uruguai e Paraguai numa só unidade territorial.
1851 - INTERVENÇÃO NO URUGUAI CONTRA ORIBE
No Uruguai, independente desde 1828 quando separou-se do território brasileiro, dois partidos revezavam-se no poder: os "blancos" e os "colorados".
Manuel Oribe era "blanco" e tinha proximidade política com os ideais do caudilho argentino Rosas, que desejava a união de Uruguai, Argentina e Paraguai em uma confederação. Assim, os partidários de Oribe e de Rosas ocuparam parte do território uruguaio enfrentando resistência dos "colorados" e contando com apoio do governo brasileiro - principalmente quando o conflito acabou invadindo o território do atual Rio Grande do Sul.
Em 1851, o governo imperial brasileiro auxiliou militar e financeiramente o governo uruguaio de Joaquim Suárez ("colorado"), contando com o apoio, ainda, dos governadores argentinos de Corrientes e Entre Rios. Do outro lado, Oribe tinha o apoio de Rosas, mas acabou capitulando em 11 de outubro de 1851.
1852 - INTERVENÇÃO NA ARGENTINA CONTRA ROSAS
Juan Manuel Rosas e seus ideias de união da América latina constituia uma ameaça à política de equilíbrio ao Império brasileiro. Eliminado Manuel Oribe no Uruguai, agora os opositores de Rosas se uniram para acabar com seu governo considerado ditatorial na Argentina. Opondo-se a Rosas, estavam os mesmos adversários de Oribe: os "colorados" uruguaios, o exército brasileiro e os governadores argentinsod as províncias de Corrientes e Entre Rios.
A derrota de Juan Manuel Rosas representou o fim de seu governo, o restabelecimento das relações oficiais entre Brasil e Argentina e o fim da política intervencionista no Uruguai.
1864 - INTERVENÇÃO NO URUGUAI CONTRA AGUIRRE
No Uruguai, seguia a disputa entre "blancos" e "colorados". E a situação não mudara muito desde o conflito contra Oribe. Atanásio Aguirre ("blanco") estava no poder no Uruguai e enfrentava a oposição do "colorado" Venâncio Flores apoiado pelo governante argentino Bartolomeu Mitre.
Seguiam, também, os incidentes na fronteira gaúcha em virtude dos atritos nos países vizinhos. Os rio-grandenses cobravam medidas urgentes do governo imperial, que buscou entendimentos diplomáticos sem sucesso. Foi necessária a intervenção militar: o Brasil enviou tropas para apoiar o "colorado" Venâncio Flores e conseguiram, em 1865, derrubar o governo de Atanásio Aguirre deixando no poder provisoriamente seu opositor Venâncio Flores.
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