O conceituado escritor (e militante político) português José Saramago morreu aos 87 anos, em junho desse ano.
Bem, e o que isso importa para o Vestibular? Ora, em Literatura ele tem grandes possibilidades de ser citado e na prova de História sua trajetória pode impulsionar uma questão bem particular.
Sua obra mais polêmica foi "O Evangelho Segundo Jesus Cristo" (1991), que provocou sérias contendas com a Igreja Católica (com presença marcante em terras lusas) devido a forte humanização da figura de Jesus. Devido à polêmica, Saramago deixou Portugal e autoexilou-se nas Ilhas Canárias. As desavenças com a Igreja Católica (e com as religiões cristãs em geral) ganhariam novo ímpeto com a publicação do último romance de Saramago, Caim, em 2009. No livro, o escritor analisa a história de Caim e Abel no Antigo Testamento. Durante o lançamento mundial da obra, se referiu à Bíblia como "um manual de maus costumes, um catálogo de crueldade e do pior da natureza humana", o que lhe rendeu acusações de superficialidade na leitura e intenções publicitárias com a provocação.
Outra obra de destaque do autor é "Ensaio sobre a Cegueira" que conta a história de uma estranha doença que deixa a população de uma cidade cega, o escritor usa a premissa da privação do sentido para apontar os defeitos da sociedade de consumo, que coloca em primeiro plano as aparências. Somente depois de cegos os personagens conseguem enxergar as qualidades que os distinguem como seres humanos.
Essa obra mostra a posição crítica de Saramago ao sistema capitalista. O escritor apoiou regimes comunistas, como o cubano (aliás, em julho desse ano, 52 presos políticos foram libertados em Cuba - algo também relevante). Ateu e comunista até o fim da vida, não se furtou, porém, de expressar uma visão quase mística em alguns de seus livros e de apontar as mazelas do próprio Partido Comunista Português, do qual era membro.
Sobre Portugal, ora pois, lembremos que, do mesmo modo que outros países europeus - Alemanha, Itália e Espanha -, foi governado por um partido fascista durante parte da primeira metade do século 20. A ditadura salazarista foi instaurada em 1926, depois de um golpe militar, e durou quase meio século. Numa época de divisões ideológicas, Saramago se opôs ao salazarismo e filiou-se ao Partido Comunista em 1969. Após o afastamento de Salazar do poder, seu sucessor, Marcelo Caetano, foi deposto pela Revolução dos Cravos, em abril de 1974. A revolução foi um movimento pacífico simbolizado pelo cravo vermelho, flor que era colocada no cano dos fuzis dos soldados que participavam da revolta (cravos vermelhos também foram depositados sobre o corpo de Saramago, no velório em Lisboa).
Bem, e o que isso importa para o Vestibular? Ora, em Literatura ele tem grandes possibilidades de ser citado e na prova de História sua trajetória pode impulsionar uma questão bem particular.
Sua obra mais polêmica foi "O Evangelho Segundo Jesus Cristo" (1991), que provocou sérias contendas com a Igreja Católica (com presença marcante em terras lusas) devido a forte humanização da figura de Jesus. Devido à polêmica, Saramago deixou Portugal e autoexilou-se nas Ilhas Canárias. As desavenças com a Igreja Católica (e com as religiões cristãs em geral) ganhariam novo ímpeto com a publicação do último romance de Saramago, Caim, em 2009. No livro, o escritor analisa a história de Caim e Abel no Antigo Testamento. Durante o lançamento mundial da obra, se referiu à Bíblia como "um manual de maus costumes, um catálogo de crueldade e do pior da natureza humana", o que lhe rendeu acusações de superficialidade na leitura e intenções publicitárias com a provocação.
Outra obra de destaque do autor é "Ensaio sobre a Cegueira" que conta a história de uma estranha doença que deixa a população de uma cidade cega, o escritor usa a premissa da privação do sentido para apontar os defeitos da sociedade de consumo, que coloca em primeiro plano as aparências. Somente depois de cegos os personagens conseguem enxergar as qualidades que os distinguem como seres humanos.
Essa obra mostra a posição crítica de Saramago ao sistema capitalista. O escritor apoiou regimes comunistas, como o cubano (aliás, em julho desse ano, 52 presos políticos foram libertados em Cuba - algo também relevante). Ateu e comunista até o fim da vida, não se furtou, porém, de expressar uma visão quase mística em alguns de seus livros e de apontar as mazelas do próprio Partido Comunista Português, do qual era membro.
Sobre Portugal, ora pois, lembremos que, do mesmo modo que outros países europeus - Alemanha, Itália e Espanha -, foi governado por um partido fascista durante parte da primeira metade do século 20. A ditadura salazarista foi instaurada em 1926, depois de um golpe militar, e durou quase meio século. Numa época de divisões ideológicas, Saramago se opôs ao salazarismo e filiou-se ao Partido Comunista em 1969. Após o afastamento de Salazar do poder, seu sucessor, Marcelo Caetano, foi deposto pela Revolução dos Cravos, em abril de 1974. A revolução foi um movimento pacífico simbolizado pelo cravo vermelho, flor que era colocada no cano dos fuzis dos soldados que participavam da revolta (cravos vermelhos também foram depositados sobre o corpo de Saramago, no velório em Lisboa).
Muito bom colega. As novas oportunidades educativas criadas pelas redes sociais proporcionam mais interatividade com o alunos.
ResponderExcluirhttp://licoesdehistoria.blogspot.com
...caminhante não há caminho o caminho se faz no andar...frase dita por Saramgo no primeiro forum social mundial em porto alegre...e que compatilho com os companheiros...
ResponderExcluircorreio eletrônico: lemospcdob@hotmail.com